MARIA ANTONIETA
A semana passada fui ver a Maria Antonieta de Sofia Coppola e foi a primeira vez que fui ao cinema ao “Dolce Vita”. Confesso que fiquei surpreendido com a qualidade da sala (1). As cadeiras são cómodas e o espaço entre as filas é bastante razoável e não cria aquela sensação de opressão e suplício como acontece no Auditório de Vila do Conde. O ângulo de visão da tela é acentuadamente inclinado e favorece o espectador. Para os adeptos do cinema sem intervalo, o melhor será então procurar outras salas que não as do “Dolce Vita”.
Foi com algum travão que fui ver um filme baseado numa autora de literatura de aeroporto, literatura que não costuma andar de mãos dadas quando se embrulha com a "grande história". E sem expectativas. Quem já se esqueceu da “desfeita” deste filme em Cannes. Não conhecia bem a figura da Maria Antonieta nem a do rei Luís XVI. Mas procurei no fim do filme conhecê-los melhor. E de facto há um razoável contraste. A primeira parte do filme pega muito bem, e quando o filme foi para o intervalo notei que as pessoas estavam satisfeitas com “esta” Maria Antonieta. Já a segunda parte pesou bastante. No fim comentava-se que tinha sido uma oportunidade perdida e que este poderia ter sido um grande filme. Falhou qualquer coisa na figura de Maria Antonieta. Tanto a interpretação festiva e teenager de Maria Antonieta como a do rei, cativaram pela inocência e candura ao ponto do insuportável, já que nunca descola da superfície. Quase sentimos compaixão por estas figuras quando resistem desorientados e pacificamente em Versalhes. Se os revolucionarios franceses tivessem visto este filme, por certo não teriam guilhotinado o par real. Que pena a Sofia Coppola não ter terminado no momento da inevitabilidade. Foi inesquecível aquela cena que antecede o fim, com o povo esfomeado do outro lado da porta do palácio, e os reis recolhidos com ar pesado e contidamente lacrimoso, sentados à mesa lado a lado, com um belo e volumoso pitéu á frente…
Foi com algum travão que fui ver um filme baseado numa autora de literatura de aeroporto, literatura que não costuma andar de mãos dadas quando se embrulha com a "grande história". E sem expectativas. Quem já se esqueceu da “desfeita” deste filme em Cannes. Não conhecia bem a figura da Maria Antonieta nem a do rei Luís XVI. Mas procurei no fim do filme conhecê-los melhor. E de facto há um razoável contraste. A primeira parte do filme pega muito bem, e quando o filme foi para o intervalo notei que as pessoas estavam satisfeitas com “esta” Maria Antonieta. Já a segunda parte pesou bastante. No fim comentava-se que tinha sido uma oportunidade perdida e que este poderia ter sido um grande filme. Falhou qualquer coisa na figura de Maria Antonieta. Tanto a interpretação festiva e teenager de Maria Antonieta como a do rei, cativaram pela inocência e candura ao ponto do insuportável, já que nunca descola da superfície. Quase sentimos compaixão por estas figuras quando resistem desorientados e pacificamente em Versalhes. Se os revolucionarios franceses tivessem visto este filme, por certo não teriam guilhotinado o par real. Que pena a Sofia Coppola não ter terminado no momento da inevitabilidade. Foi inesquecível aquela cena que antecede o fim, com o povo esfomeado do outro lado da porta do palácio, e os reis recolhidos com ar pesado e contidamente lacrimoso, sentados à mesa lado a lado, com um belo e volumoso pitéu á frente…