LENDO E RELENDO EÇA
QUANDO SUA MAJESTADE CHEGOU A VILA DO CONDE

Oh! bois!
Ah! Se por acaso sua majestade el-rei viajasse pela aldeia, numa digressão agrícola, a pé, seria pitoresco, de uma bela e nobre simplicidade, fazê-lo entrar nos prados, entre as possantes juntas de bois suados do trabalho. Mas numa estrada, numa viagem politica, numa recepção oficial, os bois misturados com as autoridades, a anca do Ruço roçando a farda do senhor administrador, a cauda do Ligeiro fustigando a Suiça do senhor recebedor da Fazenda!... Dir-se-ia que os bois faziam parte da deputação da vila, e que quando o senhor presidente da Câmara, na sua alocução, disse nós, se referia – às autoridades e ao gado: e certificava ao rei que era bem recebido e querido – dos cidadãos e dos bois.
Se por acaso, porém, os bois estavam ali como ornato, arrebique, com a mesma intenção com que estariam arcos de buxo, parece-nos imprudente da parte de Vila do Conde substituir as grinaldas de verdura – por animais de carne. É inconveniente adornar uma estrada com carne crua. Pode ser um funesto exemplo. A vila seguinte, querendo rivalizar em galas, pode adornar as ruas com carne cozida. E encetando-se estes festejos de carne, pode suceder, desastradamente, que no futuro, numa povoação exaltada – em lugar de atirarem a sua majestade flores, lhe atirem almôndegas!" - excerto: Uma Campanha Alegre
Neste caso k anda a perder qualidades costuma chamar os bois pelos nomes...é receio de alguma coisa ou de algum "boi" em particular?
um abraço
Posted by
topas |
quarta jul. 26, 12:39:00 da manhã 2006