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quinta-feira, junho 08, 2006 

KAFKA VAI PARA UM MOSTEIRO

Estejam descansados. Falso alarme. Bem que alguns gostariam de ver-me a cumprir uma rotina de um humilde monge: acordar ás 3 da manhã para meditar (e bem preciso), estudar, fazer faxina, cozinhar para um monge de 92 anos… bom, mas isso foi o que fez Leonard Cohen há uns anos atrás (esteve 7 anos no mosteiro de Mounty Baldy) onde era chamado pelos monges de “Jikan, o Silencioso”. Bom, se um dia for para um mosteiro, espero que me chamem de “Kafka, o maior”.
A bloomberg.com publicou na passada terça-feira, a propósito do novo livro de poemas de Leonard Cohen, uma excelente entrevista ao autor. A entrevista tem diversos pontos de interesse. Despertaram-me as afirmações sobre o seu processo criativo mas o ponto mais interessante da entrevista é sem dúvida as suas declarações sobre a sua experiência monástica:

Schatz: Many of your poems come from the period you spent at the Mount Baldy Zen Center. What was that experience like?
Cohen: I was about the worst monk the monastery had ever experienced. I was a bad monk in the sense that I was there somewhat under false pretenses.
Schatz: What do you mean?
Cohen: I wasn't really interested in Buddhism. I had a religion of my own which was perfectly serviceable. I wasn't an enthusiast for the dogma or the Buddhist scriptures. What I was there for was to be in the company of Joshu Sasaki Roshi, who was the central figure of that monastery.

Curiosas esta palavras, não? E teve este tipo 7 anos num mosteiro para isto.